Matheus é o nome desse meu paciente diagnosticado com
Transtorno de Espectro Autista, cuja família só soube o diagnóstico da criança depois
de uma longa busca em diversos consultórios médicos. Em 2018 fiz com o
consentimento da família um áudio para que Matheus desenvolvesse a fala. Esse
áudio deveria ser tocado todos os dias enquanto ele estivesse dormindo e
deveria ser ouvido por quatro meses, no mínimo.
Esse áudio foi feito especificamente para Matheus e
nele continha as vogais, as consoantes, alguns numerais e outros comandos de
fala curta. Nessa mesma época ele entrou na escola, que contribuiu para que
desenvolvesse a fala e o aprendizado.
Matheus escutou esse áudio por quase um ano e depois
desse tempo ele continuou seu tratamento apenas com os profissionais que já o
acompanhava e com outros que vieram depois, como fonoaudiólogos e
musicoterapia. Mesmo não estando mais sob meus cuidados em relação ao uso de
áudio, eu não deixei de acompanhar a evolução do menino, inclusive mantenho
contato diário com sua família e recebo vários vídeos e áudios dele.
Acompanho também a luta de sua família para encontrar
uma escola que tenha a devida estrutura e respeito por crianças com TEA, mas
infelizmente a maioria é relapsa para pais de autistas, porque não estão
realmente “preparadas” para receber essas crianças que costumam ter algumas
crises durante o período em que estão na sala de aula. Foi assim com Matheus na
primeira escola e assim continuou na segunda em que ele estudou – logo em
seguida veio essa pandemia e o menino ficou apenas sob os cuidados de seus familiares
que estão fazendo o que podem para ensiná-lo a falar novas palavras, mas ele ainda
apresenta certa dificuldade.
Matheus não teve nenhuma regressão na fala, mas também
não progrediu. Então novamente com a autorização de sua família eu me ofereci para
fazer novos áudios a fim de ajudá-lo. Todos os áudios são embasados, a
princípio, em meu próprio experimento e em alguns trabalhos científicos.
Como
começou esse meu interesse por áudios?
Em 2007, eu estava sentada com uma amiga, à espera de
nossos pimpolhos que estavam em aula de canto no Conservatório Municipal, quando
ela me contou sobre a história de sua filha, que anos depois meu inspirou a
desenvolver áudios para estimular a fala.
“Minha filha Rute tem 5% de Retardo Mental, disse-me minha
amiga, mas se você olhar para ela você não irá perceber, apenas no momento em
que ela falar – ela conversa com perfeição, porém esparolado. Procurei vários
especialistas que me disseram para desistir, pois o caso dela não tinha
solução. Mas eu não poderia desistir da minha filha, uma mãe não desiste do
próprio filho sem antes lutar, e eu lutei muito! Até que um dia a sorte me sorriu e encontrei um médico aqui na cidade que a diagnosticou com os 5% de
Retardo Mental. Ele me deu o mais precioso de todos os conselhos, que segui ao
pé da letra: colocar Rute ao lado de um rádio no momento em que ela fosse realizar
suas tarefas escolares – eu não deveria me preocupar com a música que fosse
tocar ou se o locutor estivesse conversando, porque o importante era ter ao
lado de minha filha outras vozes”.
Se minha amiga me explicou de onde o médico tirou essa
técnica maravilhosa, eu já não me lembro mais. Mas sei que há muitas pesquisas
científicas provando o poder que a música tem sobre o aprendizado – é
exatamente sobre isso que irei falar mais adiante.
Antes, porém, quero contar sobre o desfecho da
história. A garotinha que fora desenganada por muitos médicos – mas que pela
Graça Divina encontrou O médico, profissional que merecia Honra ao Mérito por
sua sábia instrução de escutar músicas todos os dias durante as horas de estudo
– se tornou a aluna mais aplicada e inteligente da escola. Rute, até o ano de
2014, se formara em sua 3° faculdade, sem contar as pós-graduações que fez. Faz
sete anos que não a vejo, mas não duvido que ela tenha concluído uma quarta já
pensando na quinta. De fato, percebe-se que Rute tem Retardo Mental apenas no
momento em que ela conversa, por parecer meio desorientada, mas seu vocabulário
é perfeito.
Veja o que Augusto Cury fala em seu livro “Pais brilhantes,
Professores fascinantes”: “J. C. nasceu prematuro. Como toda criança prematura,
não teve tempo para se encaixar no colo uterino e ficar um mês quietinho se
preparando para as turbulências da vida. Nasceu de sete meses, quando ainda
fazia malabarismos dentro do útero da mãe. Nasceu com toda energia. Os
estímulos do meio ambiente o perturbavam. Desenvolveu uma ansiedade intensa e se
tornou uma criança hiperativa.
Tenho observado que muitos prematuros se tornam
hiperativos. A hiperatividade deles não é genética, mas decorre da falta de
psicoadaptação emocional tão importante no final da gestação. A psicoadaptação
se dá quando o bebê mal cabe dentro do útero, e por isso tem que desacelerar
seus movimentos e aprender a relaxar.
Quando criança, J.C. não conseguia se aquietar na
carteira. Era agitado, tenso, repetia os erros, tumultuava a classe. Nada o
tranquilizava, nem as broncas dos adultos. Ele não era assim porque queria.
Tinha uma necessidade vital de perturbar o ambiente para aliviar a sua
ansiedade. Concentração? Era um artigo raro. Só se concentrava naquilo que o
interessava muito. Mas, como era um garoto esperto, o pouco que se concentrava
na aula era suficiente para fazê-lo tirar boas notas.
Com o passar do tempo, ele aprendeu a administrar a sua
ansiedade e a ter projetos de vida estáveis. Ele contou com a ajuda de
professores que fizeram algumas técnicas que comentarei a seguir. Tornou-se um
profissional competente. Como todo hiperativo, tem um pensamento acelerado. Mas
sabe o que o ajudou a ser estável: foi a
música clássica. Desde a sua infância sua mãe o levou a apreciá-la. A música
clássica desacelerava seus pensamentos e estabilizava a sua emoção. Exemplos
como o de J.C. me ajudaram a compreender o valor da música para modular o ritmo
do pensamento. Eis a primeira técnica psicopedagógica: música ambiente durante
a exposição das aulas. ”
Veja o poder da música como terapia de cura onde
há mais um testemunho de Augusto Cury ao relatar o quão importante é a música
clássica no desenvolvimento da aprendizagem.
Matheus fala muitas palavras corretamente, porém tem
dificuldade na dicção com R, assim como a maioria das crianças de sua idade. Há
também algumas palavras simples que são difíceis para a pronúncia dele, como as
que têm mais de três sílabas. Por isso fiz três áudios para o desenvolvimento da
fala: o primeiro é subliminar, que deve ser escutado antes de qualquer outro
áudio, o segundo deve ser escutado após o primeiro, que no caso dele é o áudio
com palavras curtas e sem R. Já o terceiro contém palavras com letras R.
Ao desenvolver os áudios para acelerar a aprendizagem e
a fala, usei os fundamentos não só da história de Rute, mas também dos livros
do Dr. Augusto Cury, juntamente com estudos em áudios subliminares.
Nesta nova etapa de produção de novos áudios para
Matheus fiz um longo estudo sobre a neuroplasticidade cerebral – pesquisei em vários
livros sobre esse peculiar mundo dos autistas e me deparei com muitos relatos
comoventes sobre as lutas que as famílias de um autista enfrenta para encontrar
uma luz no fim do túnel em busca de melhorar a qualidade de vida de um TEA e encontrar
um meio de fornecer estrutura emocional para essas crianças e também para seus
familiares. Pensando nisso, decidi não só fazer esses áudios para Matheus, mas
também para todos os interessados que querem ao menos tentar usar essa minha
metodologia. Caso esses áudios lhes tragam algum resultado positivo, peço-lhes
que me enviem um e-mail relatando o progresso do TEA. Inclusive estou aberta a
sugestões.
Esses três áudios são os primeiros que irei disponibilizar
– em breve irei liberar as outras partes que darão continuidade a esse projeto!
Modo
de usar os áudios:
Áudio Subliminar: deixar tocar com fones de ouvido durante o
sono da criança no volume zero ou um.
Áudio desenvolvimento da fala parte um: deixar tocar até o final
no volume um com fones de ouvido durante o sono. Outro modo de uso deste áudio:
durante as tarefas escolares, deixar ele tocando perto da criança sem fones de
ouvido, pode usar também enquanto essa criança estiver assistindo a desenhos ou
estiver brincando.
Observação: caso a criança ainda não fale, use esse áudio
desenvolvimento da fala parte um depois do subliminar e não coloque o áudio
desenvolvimento da fala parte dois até que a criança aprenda a falar,
porque não é bom que a criança pule etapas – dê tempo para que ela assimile o
primeiro. Não se preocupe em quanto tempo irá levar, isso varia de caso para
caso, por isso não coloquei estimativa de tempo.
Áudio desenvolvimento da fala parte dois: deixar tocar até o final
no volume um com fones de ouvido durante o sono. Outro modo de usar deste áudio:
durante as tarefas escolares deixar esse áudio tocando perto da criança sem
fones de ouvido, pode usar também enquanto essa criança estiver assistindo a
desenhos ou brincando.
Observação: caso a criança já fale, use os dois áudios
de desenvolvimento da fala, siga a ordem: coloque o subliminar primeiro, depois
o desenvolvimento da fala parte um e por último o áudio desenvolvimento da fala
dois.
Atenção: áudio subliminar deverá ser usado
preferencialmente antes de dormir. Caso não queria usar nenhum áudio noturno ou
enquanto a criança dorme, deixe esse áudio tocar sem que o paciente esteja
dormindo em algum momento do dia.
É
necessário usar o áudio subliminar para que a criança fale?
De maneira alguma, até porque não se tem embasamento
científico. Há, sim, uma vasta literatura sobre os assuntos: Subliminar e
Ho’oponopono. Aqui nós estamos contando apenas com a FÉ, crença que depende de
cada um.
Leia esse artigo: Podemos aprender enquanto dormimos? Hipnopédia: Mito ou Realidade
A Hipnopédia também não tem provas científicas, por
isso indico que em algum momento do dia enquanto a criança estiver acordada
esse áudio seja tocado para que ela escute. Coloquei um vídeo-áudio de
astronautas na primeira e segunda parte justamente para o caso de que a criança
queira ver os astronautas se locomovendo enquanto escuta o áudio, prestando,
assim, atenção nos desenhos, de modo a chamar a atenção dela.
Devo
deixar os profissionais de lado e a escola também, caso eu veja mudanças e
melhorias no desenvolvimento da fala?
Jamais! Nunca substitua um profissional por nada neste
mundo. Às vezes você pode até achar que determinado profissional, seja ele o
neuropediatra, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta, não tenha acertado nos
cuidados com seu filho, mas saiba que de algum modo ele contribuiu para alguma
evolução no quadro do paciente. Esse é um trabalho demorado que requer tempo,
paciência e parceria!
A
melhora de um paciente se dá no início, no meio e no fim, é uma rede que está
interligada!
Eu costumo falar para os pais dos meus pacientes que
quanto maior a munição tivermos, mais fácil será a batalha! Quanto mais
profissionais em diferentes áreas estiverem cuidando do seu filho, mais rápido
e mais fácil será vencer essa guerra!
P.S. devido
às dificuldades de se produzir os dois áudios por falta de um estúdio que
pudesse abafar barulhos e ruídos, os áudios foram feitos através de um programa
de vozes robotizadas, mas isso não influência na qualidade do produto, visto
que esses áudios vão criar apenas traços de memória. Os trabalhos seguintes
serão produzidos de modo audível e com boa dicção para dar continuidade na
aprendizagem
Quanto ao áudio subliminar, acesse este artigo Áudio subliminal e desenvolvimento da linguagem parte Ie parte II e veja como está a informação dentro do áudio que está mascarado com uma música clássica de Mozart. Dentro dele se encontra as palavras mágicas de Ho'oponopono e em seguida está todas as falas de aprendizado da linguagem primeira parte, depois vem a aprendizagem segunda parte e finalizo com uma oração de agradecimento.
Caso tenha alguma dúvida mande um e-mail para geniane17@gmail.com