Tanto os Governantes quanto os Magos querem controlar
a realidade e transformar circunstâncias negativas em positivas. O Sábio tem
pouca ou nenhuma necessidade de controlar ou de modificar o mundo; eles
simplesmente querem entendê-lo.
O caminho do Sábio é a jornada para encontrar a
verdade – a respeito de nós mesmos, do nosso mundo e do universo. Em seus
níveis mais elevados, isso não significa simplesmente encontrar o conhecimento,
mas sim, tornar-se sábio. É o Sábio interior que recita o provérbio: “Conhecei
a verdade e ela o libertará.”
Nos assuntos do cotidiano, a pergunta para o Sábio é ”Qual
é a verdade aqui?”
Dessa maneira, todos os Sábios são detetives em busca
da realidade que está por trás das aparências. Os médicos, os psicólogos e
todos os verdadeiros terapeutas precisam do conselho de um Sábio interior ou
exterior para que o diagnóstico e o tratamento sejam apropriados à condição do
paciente.
Consultores e diretores agem como Sábios quando se
esforçam por identificar as causas reais das dificuldades de uma organização ou
para descobrir suas verdadeiras oportunidades ou ponto fortes. Os eruditos são
os Sábios clássicos no sentido de que as vidas são devotadas a promover a busca
do conhecimento.
O Sábio nos ajuda a nos livrarmos das preocupações do
Ego e nos abrirmos para uma verdade mais profunda acerca da vida. Enfrentar
essas questões essenciais nos dignifica e nos torna mais humildes.
O
Sábio como detetive
O desafio do Sábio, como em qualquer história
policial, é interpretar as pistas e solucionar o mistério que está por trás da
existência, seja o da sua própria existência, ou da outra pessoa ou do
universo. Todavia, se nossa mente consciente e o nosso Ego forem excessivamente
racionais e puderem compreender apenas alguns poucos tipos de pistas, o nosso
Sábio ou Oráculo interior fica diante do dilema enfrentado por muitos homens e
mulheres sábios que, como Cassandra, podiam profetizar a verdade, mas que não
eram compreendidos e ninguém lhes dava crédito. Muito frequentemente, os Sábios
se expressam em forma de enigmas oraculares (a Esfinge, mestres sufi como
Nasrudin, ou mestres zen que apresentam suas disciplinas junto com um
aparentemente insolúvel Koan); de parábolas (como Cristo e a maioria dos
grandes líderes espirituais); ou através de imagens simbólicas ( como os
artistas, os poetas e os visionários).
Trecho retirado do livro "O despertar do Herói Interior" (Carol S. Pearson).