Imagens primordiais
Para
Jung, arquétipo é uma espécie de imagem apriorística incrustada profundamente
no Inconsciente coletivo da humanidade, refletindo-se (projetando-se) em
diversos aspectos da vida humana, como sonhos e até mesmo narrativas. Ele
explica que "no concernente aos conteúdos do inconsciente coletivo,
estamos tratando de tipos arcaicos - ou melhor - primordiais, isto é, de
imagens universais que existiram desde os tempos mais remotos"
Jung
deduz que as "imagens primordiais" - outro nome para arquétipos - se
originam de uma constante repetição de uma mesma experiência, durante muitas
gerações. Eles são as tendências estruturantes e invisíveis dos símbolos. Por
serem anteriores e mais abrangentes que a consciência do ego, os arquétipos
criam imagens ou visões que balanceiam alguns aspectos da atitude consciente do
sujeito.
Funcionam
como centros autônomos que tendem a produzir, em cada geração, a repetição e a
elaboração dessas mesmas experiências. Eles se encontram entrelaçados na
psique, sendo praticamente impossível isolá-los, bem como a seus sentidos.
Porém, apesar desta mistura, cada arquétipo constitui uma unidade que pode ser
apreendida intuitivamente.
É
importante ressaltar, todavia, que os arquétipos não possuem formas fixas ou
pré-definidas. Segundo Jung:
“Nenhum
arquétipo pode ser reduzido a uma simples fórmula. Trata-se de um recipiente
que nunca podemos esvaziar, nem encher. Ele existe em si apenas potencialmente
e quando toma forma em alguma matéria, já não é mais o que era antes. Persiste
através dos milênios e sempre exige novas interpretações. Os arquétipos são os
elementos inabaláveis do inconsciente, mas mudam constantemente de forma.”