A jornada pelo mundo do xamã.
O
que é xamanismo?
Xamã é uma palavra derivada do russo Saman. Weston La
Bare observa que o xamã é o mais antigo profissional do mundo e do qual
descendem tanto o médico quanto o sacerdote modernos. Mirceia Eliade, autor de
obras antropológicas e teológicas clássicas, reviu a ampla literatura sobre o
xamanismo e verificou que os xamãs eram caracterizados como sacerdotes,
médicos, mágicos, feiticeiros, exorcistas, líderes políticos, psicóticos e
charlatães.
Xamãs são aqueles indivíduos que se distinguem por
praticas especificas de êxtase ou estados alterados de consciência.
Durante esses estados, eles ascendem ao céu ou descem
ao mundo subterrâneo da imaginação.
Há consenso em que a obtenção de um estado de
êxtase(ou transe ou estado alterado da consciência) é um aspecto universal da
prática xamãnica, mas com certeza, nem todos os extáticos poderiam ser considerados
xamãs.
Com efeito, o êxtase xamãnico tem sido identificado
como uma categoria especial e altamente específica de estado alterado em que se
pode entrar e sair à vontade.
Além disso, o xamã é identificado como alguém que tem
espíritos guardiães (também denominado às vezes, animais de poder, espíritos guias, tutelares, totens e fetiches)
dos quais poder e conhecimento são obtidos.
Entretanto, nem todos que alegam possuídos são xamãs,
leigos podem ter espíritos semelhantes que não lhe conferem poder xamãnico, ou
talvez possuam espíritos secundários ou apenas alguns deles. Embora os
espíritos deem proteção ao leigo, do mesmo modo que o xamã, seu uso para curar
os outros ou para adivinhação é normalmente apenas do xamã.
O xamã, então, é definido por suas práticas e
propósitos: a prática xamãnica compreende a capacidade de entrar e sair de um
estado especial de consciência, a nação de espíritos guardiães, com o objetivo
de ajudar os outros.
O traço mais característico da prática xamãnica, para
os objetivos deste trabalho, é que os xamãs foram reconhecidos ao longo da
história da espécie humana como pessoas que têm, por excelência, a capacidade
de curar pela imaginação.
No xamanismo, os seres humanos estão naturalmente em
comunicação com animais, espíritos e até com pedras, pois são unos na grande e
unitária ordem das coisas.
Os xamãs são aqueles capazes de sentir agudamente e
mover-se na trama dos universos, aqueles que, no caminho da cura, são guiados
por fontes de sabedoria, que se manifestam como espíritos guia.
As qualificações do xamã se baseiam, inegavelmente em
sua demonstração de uma imaginação vívida e capacidade para manter o controle
em uma situação – independentemente de onde provenha a sua informação.
Trecho retirado do livro “A imaginação na cura,
xamanismo e medicina moderna” Jeanne Achterberg